Prevenção de Doenças na Menopausa
Milhões de mulheres no mundo estão entrando na Menopausa.
Doenças crônicas começam a ocorrer cerca de dez anos após o início da menopausa e com isso há um aumento da morbimortalidade, declínio da qualidade de vida e sobrecarga econômica. O início da menopausa – em especial os primeiros cinco anos após a parada da menstruação – chamamos de Janela de Oportunidade. Nesse período temos maior oportunidade de identificar riscos e traçar estratégias de prevenção.
Doenças crônicas após a menopausa:
• obesidade, síndrome metabólica e diabetes
• doenças cardio-vasculares (infarto, derrame)
• osteoporose e artrite crônica
• demência, declínio cognitivo e depressão
• câncer
1. Obesidade e Diabetes
Aproximadamente 14% da população mundial está obesa. No Brasil esses números são maiores: 18%. Após a menopausa a distribuição da gordura corporal muda para o padrão andróide – maior deposição na região da cintura ou abdome.
Prevenção e tratamento da obesidade incluem: atividade física regular e restrição de calorias. Aprender a comer menos.
Mais qualidade e menos quantidade. A longo prazo.
A Sociedade Mundial de Menopausa recomenda para mulheres nessa fase da vida 150 minutos de exercício aeróbico moderado a intenso ( 2 horas e meia por semana) + 2 horas de musculação (exercícios de resistência).
Benefícios dos exercícios:
• melhora do metabolismo
• manutenção da força muscular
• cognição (prevenção de demência), melhora do sono e do humor
• qualidade de vida
• redução de eventos cardíacos (derrame e AVC)
• redução de fraturas
• redução de câncer
Restrição calórica: a Dra Maria Celeste Osório Wender é uma das maiores autoridades em Menopausa no Brasil. Ela foi a úlitima presidente da SOBRAC (Sociedade Brasileira de Climatério) e numa excelente palestra dela sobre ganho de peso e terapêutica hormonal ela disse: “Imaginem se fôssemos uma máquina, que com o passar dos anos nos tornássemos mais eficientes- precisando de menos combustível pra funcionar. Assim é o nosso corpo, com passar tempo precisamos limitar as calorias ingeridas. “Se continuamos comendo a mesma coisa vamos engordar com a idade.
Em alguns casos selecionados de sobrepeso e obesidade há necessidade de intervenção farmacológica ou até cirurgias bariátricas.
A terapêutica hormonal ajuda reduzindo a adiposidade central(acúmulo da gordura na região do abdome) e diminuindo a resistência a insulina. Está comprovado por muitos estudos que a TH não engorda, pelo contrário há uma diminuição da gordura corporal total e na região abdominal.
2. Doenças Cardiovasculares
A doença coronariana é a principal causa de morte nas mulheres. A prevalência da doença aumenta rapidamente após a entrada na menopausa sem a proteção do estrogênio (hormônio feminino). Importantíssimo parar de fumar e adotar um estilo de vida saudável. A terapêutica hormonal quando iniciada na janela de oportunidade diminui o risco de doenças cardiovasculares e da mortalidade geral.
3. Osteoporose e Artrite Crônica
Fraturas relacionadas a osteoporose irão afetar 1/3 das mulheres após os 50 anos. Com o aumento da expectativa de vida a osteoporose irá aumentar 240% até 2050.
Estratégias de prevenção:
• evitar fumar e álcool em excesso
• evitar glicocorticóides (medicamentos)
• prevenir quedas
• aumentar ingesta de cálcio e reposição de vit D
• atividade física
Intervenção farmacológica para osteopenia severa e osteporose (terapêutica hormonal , SERMS, bifosfonados, denosumabe.). Osteoartrite afeta aproximadamente 60 milhões nos EUA. Identicar os casos no início da menopausa e intervir com atividade física, perda de peso, fisioterapia, anti inflamatórios e estrogênio.
4. Demência, declínio cognitivo e depressão:
36 milhões de pessoas no mundo sofrem de demência e pode dobrar esse número até 2030.
A principal causa é a doença de Alzheimer.
Prevenção:
• atividade física (diminuição de 28%)
• alimentação saudável
• desafiar o cérebro (aprender coisas novas)
• estimular mente (leitura)
• atividade social (amigos, grupos)
5. Câncer
O uso da TH combinada (estrogênio + progesterona) parece reduzir o risco de câncer colorretal. Não houve aumento do risco de câncer de mama na TH com estrogênio isolado(terapia para mulheres sem útero). O risco de câncer de mama associado ao uso da TH é pequeno, com incidência anual de menos de um caso por mil mulheres. Há indicações de que a terapêutica homonal combinada contendo progesterona natural micronizada ou diidrogesterona ofereça menor risco de câncer de mama do que outros progestagênios. O risco de câncer de mama permanece inconclusivo em relação a tibolona.
Em resumo em relação ao câncer:
• faça mamografias a partir dos 40 anos e principalmente depois dos 50 anos (anual)
• faça uma colonoscopia a partir dos 45 anos e mais tardar a partir dos 50 anos
• tenha uma alimentação mais natural, evite industrializados e agrotóxicos
• evite fumar e beber em excesso
• pratique atividade física
• evite o sobrepeso e a obesidade
• faça a sua terapêutica hormonal orientada por um profissional que irá minimizar os impactos dos riscos quando houverem
Dra. Juliana Jansen – Ginecologista
CRM 9772-SC / TEGO 359/2000
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