International Menopause Society Associação Brasileira de Climatério
Reposição Hormonal

Reposição Hormonal

O acompanhamento médico periódico é fundamental para a saúde da mulher, especialmente durante o climatério e a menopausa. Isso porque é nessa fase que podem aparecer sintomas desagradáveis, como ondas de calor, por exemplo. A medicina dispõe de recursos para amenizar essas sensações e proporcionar mais bem-estar e qualidade de vida durante essa fase. O tratamento mais eficiente para o alívio das ondas de calor e da sudorese (sintomas vasomotores) é a terapêutica hormonal.

Os benefícios principais da reposição hormonal são:
• redução de fraturas em mulheres com ostopenia e prevenção de osteoporose;
• melhora dos sintomas da falta de hormônio nos orgãos genitais, como ressecamento vaginal e dor na relação sexual;
• melhora da vida sexual, ajudando na melhora da resposta sexual e aliviando o desconforto decorrente da falta hormonal;
• redução do risco de depressão e alterações do humor, como irritabilidade na transição menopausal;
• melhora na qualidade do sono;
• diminuição do acúmulo de gordura na região abdominal e diminuição na gordura corporal geral;
• redução do risco de doenças cardiovasculares, como infartos e derrames.

A terapêutica hormonal deve ser feita de forma individualizada, e existem diferentes formulações e dosagens a depender de cada caso. 


O estrogênio na menopausa

O estrogênio é um hormônio feminino relacionado principalmente ao controle da ovulação. Mas sua importância vai além:

- Ele ajuda a prevenir a osteoporose;

- Ele facilita as funções cognitivas, com efeitos em regiões do cérebro que atuam na motivação e na memória;

- Ele ajuda na lubrificação da região íntima;

- Ele colabora com a produção de colágeno;

- Ele ajuda na proteção dos vasos sanguíneos e na saúde do sistema cardiovascular;

- Ele colabora para a melhora do humor. A queda na sua produção pode ocasionar sintomas como fadiga, insônia, ansiedade, dores de cabeça, fogachos, suor noturno e redução da libido. Para definir o melhor tratamento, o médico avaliará a queda na produção de estrogênio e os sintomas sentidos pela mulher. A depender do caso, poderá ser indicado algum formato de reposição hormonal.


Reposição da Testosterona: indicada ou não para aliviar os sintomas da menopausa?

Segundo revisão de estudos (duplo-cegos randomizados) feita em Berlim, a principal indicação atual do uso da testosterona em mulheres é o tratamento da redução da libido na pós-menopausa. No entanto, o teste terapêutico de 6 meses com testosterona pode acontecer somente após serem descartadas outras razões para a baixa sexual, através de uma avaliação clínica e ginecológica minuciosa e sendo precedido pela normalização dos níveis de estrogênio - para maior eficácia.

É muito importante verificar se a paciente candidata à terapia com testosterona não tem risco cardiovascular aumentado, com existência de comorbidades como hipertensão, colesterol alto e outras doenças coronarianas. Tanto a pré-avaliação quanto a inserção do estrogênio no tratamento têm o objetivo de alcançar os níveis fisiológicos equilibrados pré-menopausa para que os efeitos colaterais sejam amenos. Com doses controladas e monitoradas, normalmente ocorrem efeitos colaterais leves.


Reposição da Progesterona

A reposição de progesterona deve ser analisada caso a caso, porém torna-se imperativa pela segurança em mulheres com útero. Na paciente que tem o útero, é necessário repor a progesterona junto com o estrogênio para prevenirmos uma proliferação excessiva do endométrio. Esta camada interna do útero, sem a progesterona, pode se proliferar sem controle, aumentando inclusive o risco de câncer no útero.

Existem vários tipos de progesteronas, com diversas ações. Cada uma delas pode ter indicaçôes diferentes. Por isso é tão importante fazer a resposição hormonal com um especialista na área, que conheça cada tipo e em quais casos utilizar cada um.

Por muito tempo a progesterona foi vilã. Isso vem gradativamente mudando. Principalmente com a segurança mamária da progesterona natural micronizada e da diidrogesterona. Essas duas últimas progesteronas estão relacionadas a um menor risco de câncer de mama, com trabalhos mostrando até nenhum aumento de risco. Além disso, a progesterona vem mostrando benefícios em relação ao sono, à memória, à massa óssea e muscular.

Muitos estudos estão em andamento. E mesmo em mulheres que não têm mais o útero (nas histerectomizadas) eventualmente ela pode e deve ser usada: como nas pacientes com antecedente de endometriose ou nas que mesmo com a reposição do estrogênio não têm melhoras das ondas de calor .

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